Experimente o novo Chrome OS
Recentemente a mídia especializada divulgou que havia sido lançada uma nova versão de desenvolvedor do Google Chrome OS, o sistema operacional focado na web e que até então rodava tudo a partir de uma janela do navegador da gigante das buscas.
Sim, literalmente era uma janela do Chrome onde você fazia tudo a partir dela. Agora o Google pensou bem nessa abordagem e redesenhou o sistema, que ficou muito mais parecido com o que estamos acostumados, trazendo barra de tarefas, barra de notificação, ícones dos aplicativos exibidos como num iPad e muito mais. Agora é possível mover janelas, maximiza-las ou minimiza-las e foi até incluído suporte a papéis de parede, vejam só! Para saber mais, veja esse artigo do Google Discovery.
Bom, o que ocorre é que esta nova versão só funciona em alguns modelos dos Chromebooks – notebooks equipados com o Chrome OS – como o modelo CR-48. Quem tinha versões anteriores dos raros aparelhos, não poderá experimentar a novidade. Porém você que visita o blog e tem um desktop, notebook ou mesmo um netbook com Windows (também funciona em Mac e Linux) poderá sentir o gostinho do sistema operacional do Google.
Vou ensinar agora como fazer isso no Windows. Vamos usar um porte desenvolvido pelo site Hexxeh onde você baixa uma imagem junto com um programinha que vai gravar tudo de forma apropriada no seu pen drive. Caso você não queira fazer boot pelo pen drive ou caso sua BIOS não suporte fazer isso, há também uma versão para ser usada em conjunto com o Oracle VirtualBOX, ou seja, dentro de uma máquina virtual. Lembrando que a seguir ensinarei o caminho através do pen drive, mas caso queira a VM por um motivo ou outro, baixe o arquivo correspondente e divirta-se.
Instalando o Chrome OS no pen drive
Acesse este link e role a página até que apareça a área Download Links. Nela você deve baixar a build mais recente presente no topo da lista, que é atualizada com frequência. Nesse caso vamos clicar no ícone USB. Para usar numa máquina virtual, clique em VirtualBOX. O arquivo pesa mais de 200MB, então se sua conexão não for das melhores, empregue um pouco de paciência e vá tomar um café. Vamos precisar também deste programa que será responsável por gravar a imagem do Chrome OS no pen drive. Baixe a versão –binary através do botão verde presente na lateral direita da página.
Com tudo baixado em seu computador, espete o pen drive no computador, abra o Windows Image Writer e selecione a imagem extraída do arquivo comprimido do Chrome OS e logo ao lado indique a letra da unidade que representa seu pen drive. Clique em Write e ignore o alerta que aparece, mas fique ciente que ele fala sobre a probabilidade de corromper o disco removível. Prossiga por sua conta e risco. Aguarde alguns instantes enquanto o WIW faz seu trabalho. Pode demorar dependendo da velocidade de gravação do seu dispositivo.
Depois de terminado, basta clicar em Exit e reiniciar o computador para fazer boot pelo pen drive. Como isso varia de acordo com marca e modelo da placa mãe, procure no manual dela ou na internet. Você logo verá o nome Chromium aparecer e em seguida será direcionado a um assistente de configuração para idioma, teclado e rede sem fio. Faça login com sua conta do Google e divirta-se no Chrome OS Dev!
Primeiras impressões
Este tutorial foi desenvolvido baseado nas minhas experiências e aqui vão algumas impressões baseadas na comparação com um sistema Linux bem mais estável e famoso no momento: o Ubuntu, mas em sua versão 12 Beta. Bom, o assistente já começou engasgando para mim e o cursor do mouse não apareceu de imediato. Tive que usar o teclado pressionando a tecla Tab para mudar de campo e selecionar as opções que eu queria. Se você quer usar o sistema em inglês, terá que usar também o teclado em inglês. Para que ele seja compatível com o padrão brasileiro, é obrigatório selecionar o idioma Português do Brasil e no campo abaixo selecionar Teclado Brasileiro.
Ele detectou minha placa de rede Atheros e eu me conectei na rede residencial sem problemas. Ele fez uma rápida verificação por atualizações e em seguida me pediu as credenciais da minha conta do Google. Logo após, eu pude escolher meu avatar e encerrar o assistente sendo enviado em seguida para a área de trabalho. Apesar de estar mais com cara de SO do que de mero navegador, a essência continua pouco alterada e a janela do browser é responsável por tudo o que se faz na máquina. Consegui fazer uma captura de tela pressionando a tecla Print Screen no teclado e ela foi salva na pasta Downloads que pode ser acessada pelo File Manager do sistema.
Meu pen drive se comportou muito bem com o Ubuntu, se mostrando bastante eficiente. Não sei ao certo as diferenças no liveUSB do sistema da Canonical para o sistema do Google, mas o desempenho era bem melhor. Porém o Chrome OS ganha ponto num quesito até então não solucionado no Ubuntu que é o controle de brilho para minha placa de vídeo que é integrada ao processador Core i3 de primeira geração. Mesmo assim, o sistema do Google se mostrou repleto de gargalos. Vai ver o Ubuntu quando instalado num USB faz mais uso da memória do que do pen drive, melhorando o desempenho. O Chrome OS faz uso intenso do dispositivo removível e isso pode ser responsável pelos gargalos. Caso você entenda melhor como isso funciona, favor comentar!
Eu não consegui fazer coisas simples na internet como enviar a captura de tela nem para o Imgur nem para o yFrog. No primeiro não aparecia o botão de upload, apesar da janela para seleção de arquivos aparecer. No yFrog ele jurava que não conseguia me autenticar com o Twitter. Acabei conseguindo enviar pelo aplicativo Hotot que é um cliente Twitter que funciona numa aba do navegador. Para ver a imagem, clique aqui para visualiza-la no Twitpic. Essa versão portada tem sérios problemas com funções que agem a partir do movimento do mouse sobre determinada área. No próprio Twitpic não aparece a opção de ver a imagem em tamanho original.
No Twitter Web não apareciam as opções de responder, dar RT, favoritar, apagar, abrir… Nada era mostrado até que você clicasse em alguma área em branco para com sorte não clicar em cima do link escondido. Vale lembrar que o desempenho e problemas encontrados no uso dessa versão não implicam em dizer que o ChromeOS é lento ou ruim. Como pode ser visto no artigo do Google Discovery no começo do texto, eles consideraram o desempenho dessa versão Dev superior até mesmo que os Betas. O problema aqui pode estar nos portes feitos para que fosse possível instalar num pen drive e usar para ter uma noção do que é o Chrome OS. No caso do GD, o sistema está instalado numa máquina com um desempenho bem melhor que um mísero pen drive e está rodando de forma nativa. São pontos a considerar.
Bom, se mesmo com isso tudo você ainda queira testar o sistema, nada será modificado no seu SO atual. Assim que você encerrar o Chrome OS e reiniciar o computador, se nenhuma ação for feita, seu sistema principal será carregado normalmente. Então vale pela oportunidade de explorar um sistema um tanto diferente de tudo o que você está acostumado, pois seu foco na web faz com que ela supra tudo o que você deseja. Um exemplo fica por conta da suíte de escritório que é online através do Google Docs que tem integração especial com o sistema e funciona como algo similar aos Meus Documentos do Windows XP.
PS.: o pessoal da Hexxeh também tem uma versão do Chrome OS chamada de Lime no qual há melhor suporte a hardware e outras melhorias! Ainda não testei, mas pela descrição, pode apresentar um melhor desempenho que a versão deste artigo, chamada de Vanilla.
PS.: O Windows Image Writer vai criar diversas partições no seu pen drive. Caso você queira voltar a usa-lo como fazia antes, simplesmente formatar no Windows não adiantará. No meu caso usei um pen drive de 4GB. Após formata-lo no sistema da Microsoft, fiquei com apenas 0,99GB de espaço pois era essa partição que o Windows reconhecia. Para voltar ao normal, baixe esse editor de partições, apague todas as existentes no dispositivo removível e crie apenas uma com FAT32 como sistema de arquivos.
PS.: Execute esse tutorial sob sua inteira responsabilidade, aceitando todos os riscos e suas consequências. Nem o blog nem seus autores, editores e responsáveis poderão ser responsabilizados por qualquer perda, dano ou qualquer outro problema caso algo saia errado.
Divirtam-se!
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